quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Preguinho, o primeiro grande craque.

Inicio o blog relembrando um personagem que acredito que tenha sido o primeiro grande craque do futebol brasileiro. Entretanto, sua genialidade não se restringia apenas ao futebol: ele era, mais do que ninguém, polivalente. João Coelho Netto, mais conhecido como Preguinho, durante sua vida enquanto atleta, disputou torneios em oito modalidades diferentes (futebol, vôlei, basquete, pólo aquático, saltos ornamentais, natação, hóquei e atletismo). E não apenas disputava, em tom de lazer: Preguinho conquistou mais de 350 medalhas e exatos 55 títulos.

Escolho Preguinho não pela sua identificação com o Fluminense, clube do coração daquela que vos escreve. Mas sim pelo que ele significou para o esporte nacional. Sua maestria, sua dedicação e, principalmente, sua entrega (transformando o esporte no ar que respirava), fizeram com que Preguinho se tornasse uma das figuras mais singulares e importantes da história do esporte.

Em um país onde nasce uma safra de novos craques quase todo ano, aos poucos os ídolos antigos vão ficando apenas nos almanaques ou na memória dos saudosistas. Ronaldo "Fenômeno" ainda é ídolo de muitas gerações, assim como Romário... Zico também é lembrado pelos mais "antigos", e Pelé, ah, esse jamais será esquecido. Entretanto, quando citamos nomes como Didi ou Leônidas da Silva, poucos parecem entender ou saber de quem se trata. E com Preguinho não é diferente. 

Nascido em 1905, despontou no futebol principalmente na década de 30. Ganhou cinco estaduais pelo Fluminense, único clube que defendeu enquanto atleta, sendo artilheiro da competição em duas oportunidades. Se tornou um dos maiores artilheiros da história do Clube das Laranjeiras, com um total de 184 gols anotados. Pelo seu desempenho no Fluminense, foi convocado para a Seleção Brasileira que disputaria a Copa de 1930, no Uruguai.

Ali começava a história da Seleção Brasileira em Copas do Mundo. E esse "primeiro parágrafo" da história da seleção canarinha teria muito a ver com Preguinho, afinal, foi ele o autor do primeiro gol brasileiro nessa competição. A partida foi dura e o Brasil saiu derrotado, diante da Iugoslávia, por 2x1. No jogo seguinte, vitória tranquila contra a seleção boliviana: 4x0 com dois gols de Preguinho. Ainda assim, a seleção canarinha não conseguiu classificação para a fase seguinte da Copa do Mundo.

Dois jogos, três gols e a faixa de capitão da Seleção Brasileira na Copa de 30: era a consagração do atleta que, além de craque no nosso amado "tapete verde", também era exemplo de caráter e amor ao que fazia. 

por Nathália Almeida.

Apresentação.

A proposta do blog "Histórias do Tapete Verde" é relembrar episódios importantes da história do futebol, sem nenhum tipo de restrição. Do São Cristóvão de Futebol e Regatas até a Seleção Brasileira de Futebol; de um time da sétima divisão inglesa até o Liverpool ou o Manchester United, da entidade mais regional do Futebol até a FIFA; do amadorismo e dos primeiros campos de terra batida até o profissionalismo envolvendo altos salários e grandes transferências; do primeiro estádio de futebol no Brasil - o Velódromo de São Paulo - até o recém-reformado Maracanã; e muitos outros tópicos e temáticas.

É importante ter a consciência de que saber e estudar a história do futebol (e a história do esporte, como um todo), é saber e estudar também, por consequência, a história de um povo, de uma sociedade. O futebol, assim como a música e a literatura, é um elemento substancial na construção de culturas e identidades. À essa apaixonante modalidade de importância mundial, eu dedico esse blog, meus estudos, minhas pesquisas, e parte da minha vida. Com muito prazer.